Ao chamarmos-lhes “sete irmãs da Terra”, estamos a dizer que têm superfícies firmes e rochosas como a Terra, que possuem sensivelmente a mesma massa do nosso planeta e que se encontram na chamada “zona habitável”, a distância certa da sua estrela - chamada Trappist-1 - que torna possível que a água, a existir, esteja no estado líquido, uma das condições consideradas essenciais para a existência de vida.
“É um sistema planetário extraordinário, não apenas por termos encontrado tantos planetas mas porque todos são surpreendentemente parecidos com a Terra em termos de tamanho (…). A estrela é tão pequena e fria que os sete planetas são o que se diz ‘temperados’, o que significa que podem ter alguma água líquida e, por extensão, vida na sua superfície”., sublinhou o astrofísico belga, que em 2010 começou a vasculhar estrelas anãs e “frias” na vizinhança do Sol, à procura de planetas de dimensão semelhante à da Terra. As observações foram feitas num telescópio que usa uma das técnicas mais comuns para detetar planetas extra-solares, o método dos trânsitos. Este método consiste em medir minúsculas reduções no brilho de uma estrela sempre que alguma coisa transita à sua frente, provocando um pequeno eclipse, e se o fizer de forma regular é porque há por ali um planeta em órbita.
Um batalhão de telescópios virou desde esse momento as suas lentes para a estrela Trappist-1, que tem um séquito de pelo menos sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra. Os seus nomes são Trappist-1b, c, d, e, f, g, h, por ordem crescente de distância à estrela.
“Descobrimos que cinco dos planetas (b, c, e, f, g) têm tamanhos semelhantes à Terra, enquanto os outros dois (d, h) têm um tamanho intermédio entre Marte (cujo raio é cerca de metade do da Terra) e a Terra. A massa estimada para os seis planetas mais interiores sugere a existência de composições rochosas”.
Além destas particularidades dos sete planetas, seis estão muito próximos entre si e muito próximos da sua estrela. Quanto ao sétimo, parece estar muito afastado, mas por causa dessas proximidades, os seis mais interiores completam uma volta à Trappist-1 entre apenas 1,5 e 12 dias.
Ainda que a Trappist-1 esteja muito próxima dos seus planetas, como é uma anã fria – à superfície tem cerca de 2200 ºC, enquanto o nosso Sol chega aos 5500 ºC –, a radiação que eles recebem dela é comparável à que, no nosso sistema solar, chega a Vénus, à Terra e a Marte. Como são estrelas mais frias, a zona potencialmente habitável para estas estrelas está mais próxima do que a da Terra ao Sol.
O telescópio espacial Hubble já está a procurar atmosferas. E os próximos instrumentos de observação que aí vêm, agora em construção, vão procurar moléculas que possam indicar a existência de uma atividade biológica. Se de facto estes planetas têm vida, microscópica ou outra, não sabemos.
Adaptado de: https://www.publico.pt/2017/02/22/ciencia/noticia/sete-irmas-da-terra-descobertas-na-nossa-vizinhanca-cosmica-1762945
Mariana Rocha (8.º A)
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