quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Ártico abrigou uma floresta há milhões de anos

     A natureza não se cansa de nos surpreender. Os continentes já foram um só pedaço de terra, o deserto do Saara já teve vegetação e assim por diante. As transformações ocorridas por milhões de anos moldaram a realidade que conhecemos nos últimos séculos, porém descobertas recentes revelam detalhes incríveis e que somente com o auxílio da ciência podemos entender.
     Por exemplo: consegue imaginar uma floresta onde, atualmente, é o Ártico? Provavelmente, não. Mas foram encontrados vestígios fósseis de uma floresta tropical com 380 milhões de anos no arquipélago norueguês de Svalbard. Os investigadores descobriram cepos fossilizados de árvores que estavam preservados ainda debaixo de terra.
Paisagem de Svalbard
     As ilhas de Svalbard, hoje no oceano Ártico, estavam há centenas de milhões de anos localizadas perto do equador e, pelo movimento das placas tectónicas, deslocaram-se para o norte
“Estas florestas fósseis mostram-nos como era a vegetação e a paisagem no equador há 380 milhões de anos, quando as primeiras árvores apareceram na Terra”, diz um dos autores, Christopher Berry.

     Esta era extremamente densa. Os fósseis de 380 milhões de anos foram identificados como sendo de Protolepidodendropsis pulchra, uma espécie extinta de licopódios, que foram das primeiras plantas na Terra com sistemas de transporte de seiva, água e sais minerais. Foi também durante este período – o Devónico, na Era Paleozoica, há 420 a 360 milhões de anos – que ocorreu uma enorme redução de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. “O aparecimento das árvores é a causa mais provável desta diminuição do CO2, porque as plantas absorviam-no através da fotossíntese e incorporavam-no nos tecidos, tal como o processo de formação dos solos”, continua Christopher Berry.

     A floresta descoberta em Svalbard é apenas um pouco mais recente do que a única outra floresta fossilizada conhecida: a floresta de Gilboa, nos Estados Unidos, descoberta em 2012. "É como descobrir o equivalente botânico de pegadas de dinossauros", diz o Dr. William Stein, um dos autores da pesquisa da floresta de Gilboa. Estima-se que esta tenha existido há 385 milhões de anos. "Foi preservada de tal forma que fomos capazes, literalmente, de caminhar entre as árvores, observando de que tipos eram, onde estiveram e quanto tinham crescido", conta Stein.
                               
                         Representação da floresta de Svalbard
                    
                William Stein e a Floresta de Gilboa






           






Mariana Rocha (7.ºA)


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