segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Gene que explica o aparecimento de novas espécies

No reino animal, é possível dois animais de espécies diferentes cruzarem-se e terem descendentes. É através do estudo destes casos que os cientistas tentam explicar como e por que razão aparecem novas espécies. Sabe-se, por exemplo, que o cavalo e o burro pertencem a espécies diferentes, porém, podem ter descendentes. No entanto, a mula e o macho, são estéreis.


     Cientistas dos Estados Unidos descobriram agora um gene responsável por barreiras à reprodução entre duas espécies de moscas-do-vinagre. Este gene pode estar relacionado com o desenvolvimento de cancro. “Dizemos que existem espécies novas quando existem barreiras que impedem que se cruzem entre si”, explica um dos autores do artigo. “Identificar os genes e desvendar a base molecular da esterilidade ou morte dos híbridos é chave para compreender o aparecimento de novas espécies.”

     Os cientistas descobriram um gene, que se chama “gfzf” e está envolvido nas barreiras biológicas à reprodução entre duas espécies muito próximas de moscas-do-vinagre, causando a morte dos machos híbridos. Utilizadas como modelos de investigação, estas permitem compreender processos genéticos mais abrangentes, neste caso sobre as barreiras biológicas entre espécies distintas e o aparecimento de novas espécies.

     A mosca-do-vinagre é muito usada para estudos genéticos e desde 1910 que os cientistas tentam descobrir as causas das barreiras à reprodução entre duas espécies muito próximas de mosca-do-vinagre, sendo elas:  Drosophila melanogaster e Drosophila simulans. Estas, quando cruzadas entre si, só têm filhas, que são estéreis. Os machos morrem durante a fase larvar. Outros estudos já tinham identificado dois genes envolvidos na mortalidade dos machos, mas como a sua ação não explicava totalmente o fenómeno previa-se que existisse um terceiro gene. Este estudo poderá agora desvendar este enigma com mais de um século.

     Através de inúmeros cruzamentos entre moscas das duas espécies com mutações pontuais e da análise de mais de filhas híbridas, os cientistas descobriram apenas alguns filhos machos híbridos que conseguiram sobreviver. A análise de todo o genoma destes machos revelou que todos tinham mutações neste gene. Encontrou-se, assim, o gene que era o responsável pela morte dos machos.
Este método poderá agora ajudar os cientistas a compreender outras barreiras biológicas e do isolamento reprodutor noutros grupos animais.

  
                                                 
                                                              Drosophila melanogaster
                  
                      Drosophila simulans













Mariana Rocha (7.ºA)

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