sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A lua Europa tem um oceano interior e está a lançá-lo (aos poucos) para o espaço

     O telescópio espacial Hubble detetou a ejeção de materiais da superfície de um dos 66 satélites naturais de Júpiter - Europa. A agência espacial norte-americana NASA, numa conferência de imprensa realizada muito recentemente, afirma que esta lua expele materiais em forma de plumas, que poderão ser formadas por vapor de água. A sua superfície é constituída por uma camada de gelo cheia de estrias (traços) e tudo indica que, por baixo deste gelo, existe um oceano líquido.

     Europa e Encelado, uma das luas de Saturno, apresentam-se como dois dos locais do Sistema Solar que os astrónomos e os astrobiólogos mais anseiam explorar. Qualquer sítio onde haja água líquida no espaço é especial, já que a água, juntamente com a matéria orgânica e o calor, é um ingrediente fundamental para a existência de vida como a que conhecemos. Nem sequer é obrigatória a existência de luz solar, pois há outras formas de receção de calor para além da emissão desta luz. No caso de Encelado, a sonda Cassini, da NASA, detetou, em 2005, plumas no pólo sul desta lua, com pedaços de gelo e água. Uma década mais tarde, confirmou-se a existência de um oceano total por baixo da camada superficial de gelo. Tanto nesta lua de Saturno como em Europa, pensa-se que a energia necessária para produzir água líquida é originada pelas forças gravíticas entre as luas e os seus planetas. Em Europa - uma das quatro luas de Júpiter detetadas no início do século XVII por Galileu -, calcula-se que o seu oceano interior, escondido por uma camada de gelo de várias dezenas de quilómetros de espessura que cobre toda a lua, tenha o dobro da água dos oceanos da Terra. Mas, no caso da segunda, as suas plumas parecem muito mais difíceis de detetar do que as da primeira. Para se confirmar que as plumas são de facto plumas, serão necessárias mais observações semelhantes, mas com uma técnica completamente diferente. Enquanto não houver novos instrumentos, como o futuro telescópio espacial James Webb (da NASA), cabe aos cientistas gizarem experiências inéditas com os instrumentos atualmente existentes. Esta descoberta deverá agora por equipas de astrónomos de todo o mundo a trabalhar para esse fim.

     A NASA está a programar uma missão a Europa para a próxima década. Com mais informação sobre o padrão e a geografia destas plumas, será possível usar essa sonda para analisar diretamente o que se liberta misteriosamente do interior daquela lua, e assim tentar responder a uma das perguntas mais importantes da humanidade: haverá vida fora da Terra?


Mariana Rocha (8.º A)


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Megalodonte / Megalodon

     Carcharodon megalodon (também denominado megalodonte ou tubarão branco-gigante) foi uma espécie de tubarão gigante que viveu entre há 20 e 16 milhões de anos atrás no período Miocénico, no Oceano Pacífico.

     Os seus dentes eram, em muitos aspetos, similares aos do tubarão-branco atual (Carcharodon carcharias), mas com um tamanho que podia superar os 17 centímetros de comprimento, pelo que se pode considerar a existência de um estreito parentesco entre as espécies. No entanto, alguns investigadores opinam que as similitudes entre os dentes de ambos os animais são produto de um processo de evolução convergente. Foi por causa dos seus grandes dentes que o nomearam Megalodonte que significa "dente enorme".

     O tamanho desta criatura era entre 15 e 20 metros, com um peso que podia chegar às 50 toneladas. O megalodonte era três vezes maior que o tubarão-branco atual. As primeiras reconstituições, com comprimentos que podiam chegar aos 10 metros, consideram-se de maneira geral, pouco precisas.

     Em 1995, foi feita uma proposta para mover a espécie para um novo género, Carcharocles. Esta questão ainda não está de todo resolvida. Muitos paleontólogos inclinam-se para o nome Carcharocles, enquanto outros (sobretudo especialistas em biologia marinha) mantêm a ligação com o tubarão-branco e incluem ambos os animais no género Carcharodon. Os defensores de Carcharocles opinam que o ancestral mais provável do megalodonte foi a espécie Otodus obliquus, do Eoceno, enquanto o tubarão-branco descenderia da espécie Isurus hastalis.

     Existe a teoria de que os megalodontes adultos se alimentavam de baleias e que se extinguiram quando os mares polares se tornaram demasiado frios para a sobrevivência dos tubarões, permitindo que as baleias pudessem estar a salvo deles durante o verão. Mas não nos esqueçamos que os oceanos da Terra ainda não foram totalmente explorados...

     Será que um tubarão de 20 metros como o megalodonte estará por aí nos oceanos da Terra?

     E tu, acreditas que o megalodonte ainda existe?


Leonardo Moreira (7.º A)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Dragão-marinho-arbusto

     Pertencentes à família Syngnathidae, os cavalos-marinhos são animais marinhos particularmente interessantes e peculiares. Entre as suas singularidades, incluem-se a morfologia única do corpo, o modo invulgar como nadam – na vertical – e a sua biologia reprodutiva - é o macho quem incuba os ovos. São carnívoros e, geralmente, alimentam-se de pequenos crustáceos, moluscos e vermes. Porém, há outras espécies bastante peculiares desta família, como é o caso da espécie Phycodurus eques (os dragões-marinhos-arbusto).
     Os dragões-marinhos-arbusto têm algumas características em comum com os cavalos-marinhos, entre as quais a forma como é a reprodução, a aparente lentidão na locomoção e a morfologia do seu corpo. Porém, os primeiros possuem uns apêndices que se assemelham perfeitamente com algas, sendo que dependem desta camuflagem para escapar dos famintos predadores. Estas saliências até imitam perfeitamente o movimento da vegetação marinha, nadando de maneira rítmica e ondulante.
Este disfarce sofisticado ainda lhes possibilita uma aproximação sorrateira das suas presas.
     Alimentam-se sobretudo de camarões e misidáceos (um grupo de pequenos animais parecidos com o camarão). “O disfarce é tão bom que os camarões não os consideram uma ameaça”, diz David Hall, um observador que estudou esta espécie. Simplesmente, devora as pequenas presas à medida que nadam, sugando-os rapidamente com seu focinho longo e engolindo-os por inteiro. Estas rápidas caçadas são intercaladas por longos períodos - de até três dias -  em que estes ficam imóveis e capturam qualquer presa que passar por perto.
     Tanto os cavalos-marinhos como os dragões-marinhos-arbusto não são tão lentos como imaginámos. Segundo uma pesquisa feita por cientistas americanos há cerca de três anos, estas duas espécies animais são na verdade engenhosas e cruéis predadoras. A aparente lentidão na locomoção é uma estratégia para estes animais capturarem mais facilmente alimento. Desta forma, aproximam-se devagar das suas presas, sem despertar a atenção destas. A estrutura do focinho destas espécies está preparada para que esta técnica resulte, pois cria poucas ondulações na água, disfarçando a aproximação de possíveis pequenos crustáceos.
     Esta espécie tem sido ameaçada e poderá, brevemente, entrar em vias de extinção, devido, principalmente, à poluição e à pesca excessiva. Por essa razão, foi considerada uma espécie protegida em 1991, estando a sua captura sujeita a um regulamento rígido.

Adaptado de: 

Mariana Rocha (8.º A)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O fim dos maiores primatas

     O gorila-de-grauer é o maior primata do mundo (os machos podem atingir os 200 quilos de peso e 1,7 metros de altura). Tem corpo compacto, mãos grandes e focinho curto. Vive no leste da República Democrática do Congo.
     Em menos de duas décadas, o número de gorilas-de-grauer passou de 17 000 para 3800. Uma das causas é a ocupação humana da floresta, destruindo o habitat da espécie para exploração das minas. Sem recursos alimentares, os trabalhadores recorrem aos animais selvagens para se alimentarem.


Duarte Duarte (7.º A)


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cratera de Darvaza

     A Cratera de Darvasa - também chamada de Porta para o Inferno - é um campo de gás natural com um diâmetro de 70 metros localizado na aldeia de Darvaz, na província de Ahal, no Turquemenistão.      Esta pequena aldeia está situada no deserto Karakum, que é muito rico em petróleo, enxofre - daí sentir-se o intenso cheiro específico do enxofre à distância - e gás natural.
     Esta cratera tem uma origem bastante peculiar. Em 1971, um grupo de engenheiros da União Soviética acamparam numa região próxima da atual cratera, a fim de estudar aquele espaço, pois pensavam que se tratava de um campo de petróleo, uma boa fonte para exploração petrolífera e de gás natural. Com uma plataforma de perfuração, avaliaram a quantidade de gás e petróleo disponíveis no local, o que os levou a perceber que estes recursos naturais existiam em grandes quantidades e que podiam ser perfeitamente aproveitados.
     Armazenaram algum do gás aí presente, mas, durante a exploração, foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade, repleta de gás tóxico. A dado momento da expedição, o solo onde se encontrava a dita plataforma ruiu, abrindo uma grande cratera que engoliu os equipamentos utilizados nos trabalhos e estudos dos engenheiros. Deste fenómeno não resultaram vítimas mortais, mas o gás que foi libertado para a atmosfera foi nocivo para a saúde das populações locais, criando inúmeros e graves problemas ambientais.
     Temendo a libertação de mais gases nocivos da cratera, os cientistas decidiram queimá-lo. Eles consideraram que seria mais seguro incendiá-lo do que extraí-lo do subsolo, pois isso exigiria processos caros. Em termos ambientais, a queima do gás é a solução mais coerente quando as circunstâncias são tais que ele não pode ser extraído para uso. O gás metano lançado na atmosfera também é um perigoso gás de efeito de estufa.
     Naquele tempo, as expectativas eram de que o gás iria queimar durante alguns dias, mas, passadas quatro décadas e meia, ainda está a arder, não havendo previsão de quando as labaredas irão finalmente cessar, visto que a quantidade de gás que ainda existe nas profundezas da cratera é incerta.
     Há cerca de seis anos, o presidente do Turquemenistão, Gurbanguly Berdimuhamedow, visitou o local e ordenou que o buraco fosse fechado ou que fossem tomadas medidas para limitar a sua influência sobre o desenvolvimento de outros campos de gás natural na área. No entanto, a sua ideia não foi bem aceite pelos turistas, de tal forma que o governante mudou de opinião.


Mariana Rocha (8.º A)