sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cratera de Darvaza

     A Cratera de Darvasa - também chamada de Porta para o Inferno - é um campo de gás natural com um diâmetro de 70 metros localizado na aldeia de Darvaz, na província de Ahal, no Turquemenistão.      Esta pequena aldeia está situada no deserto Karakum, que é muito rico em petróleo, enxofre - daí sentir-se o intenso cheiro específico do enxofre à distância - e gás natural.
     Esta cratera tem uma origem bastante peculiar. Em 1971, um grupo de engenheiros da União Soviética acamparam numa região próxima da atual cratera, a fim de estudar aquele espaço, pois pensavam que se tratava de um campo de petróleo, uma boa fonte para exploração petrolífera e de gás natural. Com uma plataforma de perfuração, avaliaram a quantidade de gás e petróleo disponíveis no local, o que os levou a perceber que estes recursos naturais existiam em grandes quantidades e que podiam ser perfeitamente aproveitados.
     Armazenaram algum do gás aí presente, mas, durante a exploração, foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade, repleta de gás tóxico. A dado momento da expedição, o solo onde se encontrava a dita plataforma ruiu, abrindo uma grande cratera que engoliu os equipamentos utilizados nos trabalhos e estudos dos engenheiros. Deste fenómeno não resultaram vítimas mortais, mas o gás que foi libertado para a atmosfera foi nocivo para a saúde das populações locais, criando inúmeros e graves problemas ambientais.
     Temendo a libertação de mais gases nocivos da cratera, os cientistas decidiram queimá-lo. Eles consideraram que seria mais seguro incendiá-lo do que extraí-lo do subsolo, pois isso exigiria processos caros. Em termos ambientais, a queima do gás é a solução mais coerente quando as circunstâncias são tais que ele não pode ser extraído para uso. O gás metano lançado na atmosfera também é um perigoso gás de efeito de estufa.
     Naquele tempo, as expectativas eram de que o gás iria queimar durante alguns dias, mas, passadas quatro décadas e meia, ainda está a arder, não havendo previsão de quando as labaredas irão finalmente cessar, visto que a quantidade de gás que ainda existe nas profundezas da cratera é incerta.
     Há cerca de seis anos, o presidente do Turquemenistão, Gurbanguly Berdimuhamedow, visitou o local e ordenou que o buraco fosse fechado ou que fossem tomadas medidas para limitar a sua influência sobre o desenvolvimento de outros campos de gás natural na área. No entanto, a sua ideia não foi bem aceite pelos turistas, de tal forma que o governante mudou de opinião.


Mariana Rocha (8.º A)

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