terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ondas gravitacionais previstas por Einstein foram detetadas pela primeira vez em 100 anos

     A existência destas ondas, produzidas por eventos astronómicos cataclísmicos era a derradeira previsão ainda por confirmar da Teoria da Relatividade Geral. Tal como a queda de um seixo num lago produz ondinhas que deformam a superfície da água, elas deformam o “tecido” do espaço-tempo ao propagarem-se pelo Universo à velocidade da luz. Foi essa deformação, que foi agora detetada por uma colaboração científica internacional chamada LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory). Nos resultados que acabam de ser anunciados foi da ordem do milésimo do diâmetro de um protão, um dos constituintes do núcleo dos átomos.

     As ondas em causa foram emitidas pela colisão de dois buracos negros com cerca de 30 vezes a massa do nosso Sol, que ao girar em torno um do outro, foram descaindo e girando cada vez mais depressa até se fundirem e formarem um único buraco negro, gerando o “disparo” das ondas gravitacionais.

     O LIGO é constituído por duas construções, ambas nos Estados Unidos da América: uma em Livingston (Louisiana) e a outra em Hanford (Estado de Washington). Para Gabriela González, da Universidade Estadual da Louisiana e porta-voz do LIGO, a prova talvez mais convincente de que se tratava efetivamente da deteção direta de uma onda gravitacional foi que “sete milissegundos mais tarde, o mesmo sinal foi captado no LIGO de Hanford!”. O espaço-tempo foi deformado, durante um brevíssimo instante (uma fração de segundos) pelo eco de um evento cataclísmico que acontecera um dia, algures no Universo, que se propagou de um sítio para o outro.

     Por incrível que pareça, a forma do sinal detetado permitiu aos cientistas obter estas informações, pelo menos aproximadamente. Foi a fusão de dois buracos negros – com respetivamente 29 e 36 massas solares – ocorrida há uns 1300 milhões de anos, que gerou esta “violenta tempestade no espaço-tempo”.

                                     
                                  Descoberta das ondas gravitacionais                           Fusão de dois buracos negros (simulação)


Mariana Rocha (7.ºA)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Um primo bizarro das girafas

     Um estudo recente veio comprovar que um "primo" antigo das girafas tinha patas curtas e grossas, pescoço pequeno e a cabeça estava ornamentada por cornos em forma de leque.
   
     O Sivatherium giganteum, viveu há mais de um milhão de anos em África e na Ásia e extinguiu-se há cerca de 10.000 anos. Este animal da família dos girafídeos evoluiu separadamente da linhagem que depois conduziu até às girafas atuais, caracterizadas por pescoços muito longos e patas fininhas - atributos que começaram a surgir há cerca de 7,5 milhões de anos. Para além disso, dois dos cornos, situados no topo da cabeça, eram enormes – tinham pelo menos 70 centímetros de comprimento – e eram grossos dos lados como os dos alces. Os outros dois cornos, mais pequenos, encontravam-se por cima dos olhos. “Devia ser um animal impressionante”, resume o investigador.
   
     Os primeiros fósseis esta espécie foram descobertos na Índia em 1830, tendo sido apresentado como um ruminante de um novo género para a ciência e descrito como um animal cujo crânio era do tamanho do de um elefante que se acreditava que possuía uma tromba. “Quando se encontraram os primeiros fósseis do Sivatherium no início do século XIX, os paleontólogos nunca tinham visto nada assim e andaram às voltas para classificar que tipo de animal seria. Devido a um crânio grande e cornos elaborados, presumiram que o Sivatherium era um elo de ligação entre os elefantes, os rinocerontes e os antílopes”, explica um dos autores do novo estudo, Christopher Basu, do Colégio Real de Veterinária da Universidade de Londres. “Desenvolvimentos posteriores na paleontologia revelaram que o animal de aspeto bizarro era, na realidade, um primo próximo das girafas atuais”.

     A equipa, que inclui também investigadores da Universidade John Moores de Liverpool, no Reino Unido, fez agora a primeira reconstituição 3D em computador do esqueleto do Sivatherium graças a uma técnica chamada fotogrametria, que, utilizando fotografias, permite obter medições rigorosas de um objeto. A equipa tirou fotografias a uma coleção de ossos do antigo girafídeo que está no Museu de História Natural de Londres, o que possibilitou não só reconstituir digitalmente o seu esqueleto como fazer estimativas do peso e do tamanho do animal.

     “Reconstituímos o esqueleto com 26 ossos fossilizados do Sivatherium, o que nos permitiu reconstituir a cabeça, o pescoço e as patas”, explica por sua vez à agência de notícias AFP Christopher Basu.  Ainda assim, concluiu-se que “o Sivatherium giganteum não pesava tanto como um elefante-africano adulto (nem mesmo como um elefante-asiático), mas era certamente um grande girafídeo e talvez até tenha sido o maior mamífero ruminante que alguma vez existiu”.

Reconstituição tridimensional da espécie
Girafa atual
Adaptado de: https://www.publico.pt/ciencia/noticia/eis-um-antepassado-bizarro-das-girafas-1720131 
http://rsbl.royalsocietypublishing.org/content/12/1/20150940

Mariana Rocha (7.ºA)


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Ajudar a curar os leprosos

     O Dia Mundial dos Leprosos celebrou-se no último domingo de janeiro, dia 31. De norte a sul de Portugal, decorreu o peditório nacional a favor destes doentes. As ações decorreram em paróquias, nas escolas, nas ruas… A lepra é uma doença infeciosa, que “apodrece” os nervos e a pele. Na sua origem estão carências ligadas à pobreza: a desnutrição e a falta de água potável e de higiene, e ainda a discriminação e o isolamento associados a estes doentes. Uma oferta contribui para a sua cura e integração social.


Duarte Duarte (6.ºA)