quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Sete irmãs da Terra descobertas na nossa vizinhança cósmica

     Foi revelada numa edição da revista Nature, por uma equipa internacional coordenada por um investigador belga, que foram descobertos sete planetas extra-solares.
     Ao chamarmos-lhes “sete irmãs da Terra”, estamos a dizer que têm superfícies firmes e rochosas como a Terra, que possuem sensivelmente a mesma massa do nosso planeta e que se encontram na chamada “zona habitável”, a distância certa da sua estrela - chamada Trappist-1 - que torna possível que a água, a existir, esteja no estado líquido, uma das condições consideradas essenciais para a existência de vida.

     “É um sistema planetário extraordinário, não apenas por termos encontrado tantos planetas mas porque todos são surpreendentemente parecidos com a Terra em termos de tamanho (…). A estrela é tão pequena e fria que os sete planetas são o que se diz ‘temperados’, o que significa que podem ter alguma água líquida e, por extensão, vida na sua superfície”., sublinhou o astrofísico belga, que em 2010 começou a vasculhar estrelas anãs e “frias” na vizinhança do Sol, à procura de planetas de dimensão semelhante à da Terra. As observações foram feitas num telescópio que usa uma das técnicas mais comuns para detetar planetas extra-solares, o método dos trânsitos. Este método consiste em medir minúsculas reduções no brilho de uma estrela sempre que alguma coisa transita à sua frente, provocando um pequeno eclipse, e se o fizer de forma regular é porque há por ali um planeta em órbita.
     Um batalhão de telescópios virou desde esse momento as suas lentes para a estrela Trappist-1, que tem um séquito de pelo menos sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra. Os seus nomes são Trappist-1b, c, d, e, f, g, h, por ordem crescente de distância à estrela.


     “Descobrimos que cinco dos planetas (b, c, e, f, g) têm tamanhos semelhantes à Terra, enquanto os outros dois (d, h) têm um tamanho intermédio entre Marte (cujo raio é cerca de metade do da Terra) e a Terra. A massa estimada para os seis planetas mais interiores sugere a existência de composições rochosas”.
     Além destas particularidades dos sete planetas, seis estão muito próximos entre si e muito próximos da sua estrela. Quanto ao sétimo, parece estar muito afastado, mas por causa dessas proximidades, os seis mais interiores completam uma volta à Trappist-1 entre apenas 1,5 e 12 dias.
     Ainda que a Trappist-1 esteja muito próxima dos seus planetas, como é uma anã fria – à superfície tem cerca de 2200 ºC, enquanto o nosso Sol chega aos 5500 ºC –, a radiação que eles recebem dela é comparável à que, no nosso sistema solar, chega a Vénus, à Terra e a Marte. Como são estrelas mais frias, a zona potencialmente habitável para estas estrelas está mais próxima do que a da Terra ao Sol.
     O telescópio espacial Hubble já está a procurar atmosferas. E os próximos instrumentos de observação que aí vêm, agora em construção, vão procurar moléculas que possam indicar a existência de uma atividade biológica. Se de facto estes planetas têm vida, microscópica ou outra, não sabemos.


Mariana Rocha (8.º A)


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Rio poluído há sete mil anos

     Uma equipa de investigadores descobriu, na região de Wadi Faynan, na Jordânia, o que pode ser o primeiro rio poluído do mundo. O leito, agora seco, terá sido contaminado há cerca de 7000 anos, pela combustão do cobre.
     Nos alvores da Idade do Bronze, as pessoas começaram a trocar a pedra pelo metal na criação de ferramentas. Os achados em Wadi Faynan sugerem que os seus habitantes estariam na fase inicial da primeira revolução industrial do mundo.
     Desta atividade metalúrgica ao longo de milhares de anos permanecem resíduos: cobre, chumbo, zinco, cádmio, arsénico, mercúrio e tálio. Ao longo do tempo, as plantas absorveram-nos e as pessoas e os animais comeram-nos, tendo sofrido problemas de saúde, como infertilidade, malformações ou morte prematura.


Duarte Duarte (7.ºA)